Analisamos a relação de Carl Rogers com a Fenomenologia segundo uma perspectiva historiográfica que examina a ocorrência de citações e referências que ele fez a filósofos de orientação fenomenológica. As obras de Rogers foram organizadas em ordem cronológica de publicação e lidas conforme as técnicas de leitura seletiva e interpretativa. Rogers mencionou cinco filósofos de orientação fenomenológica: José Ortega y Gasset, Paul Tillich, Simone de Beauvoir, Maurice Merleau-Ponty e Martin Heidegger. Destes, somente Heidegger é efetivamente trabalhado em um texto sobre o ensino e os demais filósofos procedem de indicações e citações de outros autores. Nos livros em que Rogers referencia esses filósofos não há nenhuma discussão sobre a Fenomenologia; porém, há textos em que Rogers disserta sobre a Fenomenologia sem citar fenomenólogos. A Fenomenologia que Rogers menciona não é a filosófica, a qual ele teve ressalvas, mas é um paradigma estadunidense de ciência empírica e estudos da personalidade. A despeito disso, desenvolve-se no Brasil um movimento pós-rogeriano de orientação filosófica fenomenológica. Ponderamos, finalmente, algumas observações sobre o que distingue o movimento brasileiro daquele paradigma contatado por Rogers nos EUA.
We analyze the Carl Rogers’ relationship with the Phenomenology according to a historiography perspective that examines the occurrence of citations and references that he made to philosophers of phenomenological orientation. Rogers’ works were organized in chronological order of publication and read conform to selective and interpretive reading techniques. Rogers mentioned five philosophers of phenomenological orientation: José Ortega y Gasset, Paul Tillich, Simone de Beauvoir, Maurice Merleau-Ponty and Martin Heidegger. Of these, only Heidegger is actually worked in a text about teaching and the other philosophers proceeds of indications and citations from other authors. In the books which Rogers makes references aboutphilosophers there is no discussion about the Phenomenology; but there are texts in which Rogers talks about Phenomenology without citing phenomenologists. The Phenomenology that Rogers mentioned is not the philosophical one, which he had reservations about, but it is an American paradigm of empirical science and personality studies. Despite this, there is a development in Brazil a post-Rogerian movement of philosophical phenomenological orientation. Finally, we pondered some observations aboutwhat distinguishes the Brazilian movement from that paradigm contacted by Rogers in the USA.