A produção acadêmica sobre a formação continuada de professores no Brasil é consensual quanto à sua finalidade estar a serviço do aperfeiçoamento contínuo da prática profissional dos docentes, com preocupações centradas na busca de melhorias na qualidade do serviço educacional prestado à comunidade escolar. Esse discurso, contudo, está passível de críticas, já que estudos têm demonstrado que a implicação das ações de formação continuada tem resultado poucos efeitos sobre as práticas profissionais dos professores, especialmente no que se refere a alterações significativas nas práticas e mudanças de concepções acerca do ensino e do papel da escola. Assenta-se, nesse sentido, um verdadeiro paradoxo formativo. Por que a maioria das ações formativas não alcança seus objetivos de alterar, mudar, inovar as práticas profissionais dos professores passado algum tempo da ação de formação? Quais estratégias mostram-se férteis para alavancar a formação continuada de professores? Essas questões desafiam pesquisadores e práticos na área há tempos, e embora a produção sobre a formação continuada tem-se mostrado crescente, poucas são as certezas sobre estas questões.