Dentro do panorama da história da teoria da tradução que, à parte as reflexões de São Jerônimo (ca. 331-420), principia basicamente no século XV, o italiano Giovannozzo Manetti (1396-1459) possui um papel de primeira ordem, e vem sendo redescoberto pelos historiadores da tradução. Contemporâneo de Leonardo Bruni (1374-1444), a quem se atribui o primeiro tratado sobre tradução (De interpretatione recta, composto ca. 1425), G. Manetti conheceu este escrito de Bruni e além de reproduzi-lo, sem mencioná-lo, aprofundou alguns aspectos da reflexão tradutória que Bruni não havia tratado, como a problemática da tradução das Sagradas Escrituras. Além de Bruni, outras duas importantes fontes embasam a reflexão de Manetti: a epístola nº 57 de São Jerônimo a Pamaquio, e Cícero, das quais extraiu aquilo que mais lhe interessava.