A desconstrução da noção tradicional de sentido imanente deu novo alento a uma área antes marcada pelo negativismo das “infidelidades”, mas nem sempre soube responder à acusação de que leva à negação de quaisquer critérios de qualidade. Proponho aqui que uma abordagem inspirada no “segundo” Wittgenstein possibilita dissolver esse impasse. Para tanto, discuto a noção derridiana de différance, tendo por horizonte a gramática wittgensteiniana, e proponho que essa última é perfeitamente compatível com abordagens sociológicas da tradução, em cujas bases não está, de modo algum, uma visão necessariamente essencialista de linguagem, como sugerem críticas recentes a tais abordagens.
The deconstruction of the “immanent meaning” notion has given a new breath to an area traditionally marked by the negativism of the “infidelities”, but it hasn’t always known how to face the accusation of leading to the denegation of any quality criteria. The “second” Wittgenstein can help us to dissolve this impasse. For this sake, I discuss the derridian notion of différance from the viewpoint of Wittgenstein’s grammar, considering this latter perfectly compatible with sociological approaches in translation theory, which by no means have to base upon an essentialist understanding of language, as some critics have recently suggested.