Este trabalho tem por objetivo apresentar um estudo a respeito da herança da crise de verso dentro da poesia de Manoel de Barros. Assim, reconhecendo-a como natureza do próprio fazer poético. A particularidade dessa poética baseia-se na utilização do des como construção autônoma das palavras; e a mudança de foco para as coisas inúteis alcançada pela fragmentação da linguagem a partir de Mallarmé. O estudo é fundamentado no apoio teórico de Marcos Siscar acerca da crise de verso ao questionar o estado da poesia brasileira contemporânea; e de Maurice Blanchot quanto à morte da nomeação na Literatura. Esta fundamentação teórica tornou mais produtiva a leitura das obras: Matéria de Poesia (1970), O Livro das Ignorãças (1993), Livro Sobre Nada (1996) e Retrato do Artista quando Coisa (1998).