A educação é fundamentada pela relação com o mundo comum, aprofundada pelo pensamento de Hannah Arendt. Arendt traça o panorama da herança social da educação, influenciada pelas transformações culturais com a inserção de novas gerações, entendendo a ruptura das tradições na educação a partir de seu conceito de natalidade. Este artigo analisa a contribuição de Arendt sobre a herança social a partir de seu conceito de natalidade e a influência das gerações na prática educacional. Justifica-se pela visão de Arendt sobre a evolução histórica das tradições e práticas educacionais, contribuindo para compreender uma nova cultura formada pelas gerações recentes, caracterizada por novos formatos educacionais e conteúdos distintos dos modelos tradicionais. A revisão de literatura confirma a hipótese adotada destacando que a educação é dinâmica e evolui com as mudanças sociais e históricas; a inserção cultural fundamenta propostas de revisão das políticas e práticas educacionais e molda a atuação escolar; e as práticas herdadas norteiam a formação do indivíduo e sua concepção de sociedade e mundo, com o sistema de ensino suprindo necessidades sociais e culturais de cada contexto histórico. A herança social da educação é determinada pela cultura aprendida e formalizada na educação escolar.