Resumo Português:
Neste artigo trata-se da inclusão de crianças deficientes na Educação Infantil, analisando os meandros da proposta da educação inclusiva sob a ótica da criança, das famílias e dos educadores. Considera-se deficiente a pessoa que apresenta limitação ou incapacidade para o desempenho de algumas atividades, podendo sua deficiência ser classificada como física, auditiva, visual ou motora. Com a premissa lançada pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) – Lei 9.394/96 – de que as crianças deficientes devem ser inseridas nas escolas, preferencialmente na rede regular de ensino, desde a Educação Infantil, que corresponde à faixa etária até 6 anos de idade, muitos desafios são lançados às instituições que acolhem essas crianças, sejam creches, pré-escolas ou centros de Educação Infantil. Pretende-se, neste artigo, lançar luz às questões que rondam esses desafios, tentando mostrar dificuldades e alternativas inerentes a essa etapa da educação básica em que o educar e o cuidar estão tão imbricados. Inicialmente, apresenta-se uma discussão mais geral sobre a deficiência e a inclusão dessas pessoas no âmbito escolar. A seguir, busca-se compreender como essa criança está inserida na família e na comunidade, bem como as especificidades dessa situação. Finalmente, faz-se uma reflexão sobre as modificações que devem ocorrer nas instituições de Educação Infantil para incluí-la de fato, atendendo a suas necessidades educacionais e especificidades. Conclui-se que, a despeito de todas as dificuldades advindas do processo de ensino e aprendizagem voltados para essa criança, não se deve perder de vista as vantagens que essa experiência acarreta tanto para o desenvolvimento e aprendizagem da própria criança quanto para o crescimento pessoal e profissional daqueles que convivem com ela, aprendendo a lidar com as diferenças.
Resumo Inglês:
This article deals with the integration of disabled children in Primary
Education by analyzing the aspects surrounding the proposal of an
inclusive education under children’s, families’ and educators’
perspective. It is considered to be deficient that person who is either
limited or incapable to perform some activities, and such deficiency can
be classified as being physical, hearing, visual or motor-related. With the
requirement by the Law on Education Guidelines and Bases (LDBEN) –
Law number 9.394/96 – which established that deficient children must be
included in schools, preferably in the regular teaching network, from
Primary Education, which consists of the first years of formal education for
children up to 6 years old, a number of challenges have been imposed
to the institutions that receive those children, being them crèches, preschools or Primary Education centers. This article is intended to shed
some light to the issues underlying these challenges, in an attempt to
present difficulties and alternatives inherent to this stage of basic
education, in which teaching and taking care are so inextricably mixed.
Initially, it presents an overall discussion about deficiency and inclusion of
disabled children in the school setting. After that, an attempt is made
towards understanding not only how deficient children are inserted in
their families and communities, but also the specificities of such situation.
Finally, a reflection is made on the changes required so that Primary
Education institutions are really able to include those children while
meeting their special educational needs. It is concluded that, despite all
difficulties arisen from the teaching and learning process of such
children, one must not neglect the benefits that this experience brings
both for the development and the learning process of children as well as
for the personal and professional growth of those who relate to them on a
daily basis, therefore learning how to handle differences.
Resumo Francês:
L’article traite de l’inclusion des enfants handicapés au sein de
l’Education Infantile. On fait ici l’analyse des propositions de l’éducation
inclusive du point de vue de l’enfant, de la famille et de celui des
éducateurs. On considère comme handicapé tout sujet présentant des
limitations ou des incapacités au niveau de la performance de certaines
activités, le handicape pouvant être de nature physique, auditive, visuelle
ou encore motrice. A partir des prémisses posées par la « Lei de
Diretrizes e Bases da Educaçao Nacional» (LDBEN), loi 9.394/96, selon
lesquelles les enfants handicapés doivent être insérés dans les écoles –
surtout dans le réseau régulier de l’enseignement, de la maternelle
jusqu’au cours préparatoire – plusieurs défis ont été lancés aux
institutions qui accueillent ces enfants, qu’il s’agisse des écoles
maternelles ou d’autres centres d’éducation infantile. L’article essaie de
jeter des lumières sur les questions qui entourent ce défi, en essayant de
montrer les difficultés et les potentialités inhérentes à cette phase de
l’éducation où soigner et éduquer se confondent. L’article présente tout
d’abord une discussion générale sur le handicape et sur l’inclusion des
sujets handicapés dans le milieu scolaire. On cherche ensuite à
comprendre le mode d’insertion de l’enfant dans la famille et dans la
communauté tout comme les particularités de chaque situation.
Finalement, on présente une réflexion sur les changements qui devraient
avoir lieu au sein de l’institution d’éducation infantile pour que l’inclusion
de l’enfant soit effective – une inclusion qui réponde aux besoins
éducationnels et aux particularités de chaque enfant. En considérant
toutes les difficultés inhérentes au processus d’enseignement et
d’apprentissage de l’enfant handicapé on conclut qu’il n’est pas
souhaitable de perdre de vue les avantages que cette expérience
entraîne au niveau du développement personnel et professionnel de tous
ceux qui s’occupent de l’enfant, en apprenant à savoir y faire avec les
différences.