O trabalho analisa a incompatibilidade entre imperativo
verdadeiro e negação pré-verbal a partir dos dados do
português europeu (PE) e brasileiro (PB). Demonstro que, no
PE (e em outras lÃnguas românicas), essa restrição não ocorre
apenas com o marcador negativo, mas também com advérbios
negativos em posição de Spec,NegP, como NUNCA, o que
aponta contra análises baseadas em movimento do verbo para
C° e a favor de uma versão modificada da análise de Bošković
(2004), de que a incompatibilidade se dá em função de a
negação bloquear a adjacência, necessária em PF, entre o verbo
e um morfema imperativo abstrato.
This paper analyzes the incompatibility between true imperative and
pre-verbal negation from European Portuguese (EP) and Brazilian
Portuguese (BP) data. I show that in EP (and other romanic languages)
this restriction does not occur only with the negative marker, but also
with negative adverbs in Spec,NegP, like NUNCA. It goes against
analyses based in the V-to-C movement account. I defend the adoption of
a modified version of Bošković (2004)'s proposal that this incompatibility
is the result of negation blocks the necessary adjacency, in PF, between the
imperative verb and the abstract imperative morpheme.