Do ponto de vista discursivo, Os sertões se constitui como o livro mais híbrido da história da literatura brasileira. Seu autor, Euclides da Cunha, é o escritor que melhor soube articular o diálogo que se dá entre as ciências e as artes. O presente artigo procura analisar a construção desse hibridismo que tão bem caracteriza escritor e obra, desenvolvendo algumas ideias em torno do discurso historiográfico, um dos mais férteis e relevantes nos textos euclidianos. Examinará, ainda, a questão do método de composição do retrato por meio do consórcio História/Literatura, a partir da análise comparada entre os textos de Euclides da Cunha e as fotos de Flávio de Barros, repórter fotográfico oficial da Guerra de Canudos.
From the discursive point of view, Os sertões is constituted as the most hybrid book in the history of Brazilian literature. Its author, Euclides da Cunha, is the writer who best articulated the dialogue between science and art. The present article tries to analyse the construction of the hybridism that characterizes author and work, by developing some ideas around the historiography discourse, one of the most fertile and relevant aspects in the Euclidian texts. It will also examine the question of the portrait composition method through the association History/ Literature, from the comparative analysis between texts by Euclides da Cunha and Flavio de Barros, the official photographer in Canudos War.