A luta política de um segmento específico, as mulheres negras, no interior de uma categoria profissional, as artes cênicas, no tempo presente, podem nos remeter aos seus protagonismos e a historicidade de suas existências. Sendo assim, como as investigações histórica das atuações das atrizes negras nos possibilitam identificar a intersecção das variáveis raça, gênero, classe, além de geração, nas relações sociais brasileiras? Ou ainda, como um passado histórico e a interseccionalidade pôde retroalimentar estigmas sociais e profissionais no Pós-Abolição? O presente artigo tem por objetivo indicar algumas possibilidades de interpretação e problematização histórica sobre as trajetórias de mulheres negras no Pós-Abolição, orientado por categorias como interseccionalidade e geração. Considerando o protagonismo histórico das atrizes Ruth de Souza, Léa Garcia e Zezé Motta e seus pioneirismos na criação de espaço para temáticas e atuação profissional na segunda metade do século XX.
The political struggle of a specific segment, black women, within a professional category, the performing arts, in the present time, can refer us to their protagonists and the historicity of their existences. Therefore, how do historical investigations of the performances of black actresses allow us to identify the intersection of the variables race, gender, and class, in addition to generation, in Brazilian social relations? Or yet, how could a historical past and intersectionality feed back social and professional stigmas in the Post-Abolition period? This article aims to indicate some possibilities of interpretation and historical problematization about the trajectories of black women in the Post-Abolition period, guided by categories such as intersectionality and generation. Considering the historical role of actresses Ruth de Souza, Léa Garcia, and Zezé Motta and their pioneering spirit in creating space for themes and professional performance in the second half of the 20th century.