Aprendi o húngaro em casa, na infância, de meus pais recém-chegados ao Brasil. A precariedade do português deles, à época, me autoriza a dizer que o húngaro foi minha primeira língua. Há quem afirme não haver outro meio de se assimilar esse idioma de traços incomuns, embora existam umas raras exceções, entre elas o nosso Guimarães Rosa, de quem temos uma belíssima introdução aos meandros da língua num prefácio para uma antologia de contos húngaros editada por Paulo Rónai.