Este artigo objetiva analisar as possíveis contribuições de mentores nos processos de inserção docente, na perspectiva do desenvolvimento profissional dos professores iniciantes. Considera como questões: Que concepção de mentoria está presente nos programas de inserção docente existentes na realidade brasileira? Quais os limites e possibilidades de atuação dos mentores nos processos de inserção docente? A investigação é do tipo estudos de revisão sistemática para compor o estado da arte, tomando por base as indicações de Ferreira (2002), Romanowski e Ens (2006), Vosgerau e Romanowski (2014) com foco na análise de conteúdo (Bardin, 1995). O levantamento de dados foi feito no banco da CAPES, no período de 2004 a 2014, com uso dos descritores inserção profissional de professores, professores principiantes e mentoria. Os aportes teóricos tomam por referência as contribuições de Marcelo (1999; 2009; 2010); Gatti (2012), Day (2001), Reali, Tancredi e Mizukami (2008), Cornejo (2009), entre outros. Os resultados revelam a existência de poucos programas direcionados ao desenvolvimento profissional do professor iniciante no Brasil, e destes programas apenas dois contaram com acompanhamento de mentores. Nestes dois programas destaca-se que a mentoria se caracteriza pelo apoio de um docente mais experiente e com formação específica para a função; esse acompanhamento trouxe contribuições para a aprendizagem e desenvolvimento profissional dos iniciantes; os principais limites se relacionam ao pouco envolvimento das equipes escolares no processo de inserção docente e à descontinuidade dos programas. Finalmente, verifica-se que não ocorreu ainda a definição de políticas para o apoio aos iniciantes no contexto brasileiro.