ESTE ENSAIO PROCURA APONTAR AS PRIMEIRAS indagações a respeito da literatura brasileira traduzida em francês, analisando mais especificamente a tradução de Macunaima, de Mário de Andrade, publicada sob o título Macounaima, em 1979, e reeditada com a tradução revista em 1996. Este é o pontapé inicial para a pesquisa que dará origem à dissertação de Mestrado que tratará da concepção e da recepção das obras traduzidas de Mário de Andrade na França. Na dissertação propriamente dita serão também abordadas outras duas obras do mesmo autor igualmente traduzidas para o francês, Amar, verbo intransitivo (Aimer, verbe intransitif, de 1995) e O turista aprendiz (L'apprenti touriste, de 1996), a fim de que se possa ter uma noção mais global da maneira como a obra deste autor chegou ao público francês, que visão pôde ser construída da cultura e da literatura brasileira com base nestas obras e que recepção crítica elas receberam. Para tanto, o interesse não é fazer uma análise lingüística aprofundada das traduções com intuito de avaliá-las, apontando erros ou acertos, mas sim de procurar saber em que momento no panorama mais geral das relações França-Brasil elas foram publicadas, o porquê de sua publicação e de que forma elas contribuíram para perpetuar ou modificar a visão de Brasil, país exótico por natureza e por decisão, que se tem na França desde sempre.