Este artigo propõe uma reflexão sobre a literatura marginal e o hip-hop como expressões estéticas e políticas de sujeitos marginalizados. Busca estabelecer uma ponte sobre a potência pedagógica da literatura marginal e do rap, com ênfase na produção poética, enquanto instrumentos de resistência, engajamento e transformação social. A partir da leitura de diversos autores, entende-se a noção de marginalidade literária não como sinônimo de inferioridade, mas como forma de ruptura. O estudo destaca o papel da poesia marginal e do rap como instrumentos de resistência simbólica e denúncia das desigualdades sociais, raciais e econômicas. O hip-hop, muitas vezes ignorado pelo currículo formal, é apresentado como movimento cultural que ganha força nas periferias brasileiras, consolidando a cultura de rua como importante espaço de fala, reivindicação e pertencimento. Essas manifestações revelam uma pedagogia própria, construída nas ruas, que desafia a escola a reconhecer outros saberes e linguagens. Assim, este artigo mostra a possibilidade educativa da literatura marginal e do rap como formas legítimas de conhecimento, sendo estas, capazes de inspirar práticas pedagógicas mais inclusivas e conectadas às realidades. Ao reconhecer essas expressões na escola, abre-se espaço para uma educação que valoriza diferentes linguagens e trajetórias. Nesse cenário, a escola se transforma em terreno fértil para o protagonismo estudantil, formando sujeitos reflexivos, criativos e engajados com seu tempo e espaço.