Muito já se ouviu falar sobre uma proximidade entre a música e a matemática. Popularmente, quem não se lembra de Pato Donald na terra da Matemágica, onde ele experimenta junto dos gregos e de Pitágoras a invenção dos intervalos musicais, e onde padrões como o número Ï€ é encontrado em monumentos arquitetônicos e obras de arte? Não sem razão, porque afinal de contas, várias são as estruturas matemáticas da música: a maneira de formação dos intervalos musicais é semelhante à de composição de razões, as figuras rÃtmicas e as fórmulas de compasso são pensadas e notadas através de frações, as frases e melodias seguem padrões de simetria, os logaritmos, a teoria de conjuntos, dentre outras, são estruturas compartilhadas pela música e pela matemática. Quanto à influência de uma sobre a outra, estudos sobre cognição indicam que o ensino de música erudita durante a infância aumenta a capacidade de raciocÃnio espacial do indivÃduo. Sabe-se que é majoritariamente na história da matemática que tópico, ou tópicos, desta interação foram abordados. Neste artigo se pretende identificá-los e mostrar que tipo de historiografia os retrata