A presente dissertação tem por objetivo analisar e problematizar marcadores culturais surdos. Para tanto, foram selecionadas teses de doutorado, dissertações de mestrado e propostas de dissertação escritas em português por sujeitos surdos militantes da política surda. A escolha dos materiais de pesquisa deu-se a partir da observação de que os surdos, ao escreverem, trazem histórias de vida que nos permitem ver alguns elementos próprios da comunidade surda. Ancorada nos Estudos Culturais de inspiração pós-estruturalista e no campo dos Estudos Surdos, foi possível definir algumas ferramentas conceituais que operavam nas narrativas surdas sobre si. Em tais narrativas, a escola, a comunidade, a associação, a família e a universidade apareceram como espaços de constituição de marcas surdas. As marcas culturais que vi constituindo a diferença surda a partir da categoria de análise do espaço/lugar foram a surdez, a luta, a nostalgia de ser surdo, a presencialidade, a temporalidade surda, a língua de sinais, o olhar e o constrangimento surdo. No final da pesquisa, é possível fazer uma provocação aos interessados na área para que as discussões acerca da diferença surda e sobre como ela aparece traduzida e reduzida no currículo escolar sejam retomadas, considerando-se a experiência de ser surdo.