Neste artigo objetivamos investigar e refletir sobre as experiências vivenciadas por vendedoras ambulantes nas praias do subúrbio de Salvador, em relação à maternidade e ao trabalho informal, a partir da perspectiva dessas trabalhadoras. Ancorando-se na Psicologia Social do Trabalho, adotamos uma leitura construcionista social em diálogo com a Teoria Atriz-Rede. Dentre os principais resultados, compreendemos que o sentido do trabalho vai além do financeiro, envolvendo também o reconhecimento de si, o pertencimento e a realização pessoal. A flexibilidade no trabalho proporciona autonomia, porém, paradoxalmente, contribui para a precariedade. A ausência de apoio governamental é identificada como um actante que mantém as trabalhadoras em situações de vulnerabilidade, assegurando apenas a sobrevivência. Dessa forma, destacou-se a necessidade de implementar ações que reconheçam o caráter produtivo das ambulantes e sua relação intricada com a maternidade. Assim, permitirá a execução de medidas de apoio e saúde, visando melhorar as condições de trabalho.