Max Weber aborda o tema da recepção do direito romano na Idade Média e Moderna europeia no âmbito de sua sociologia tipológico-comparativa do direito. Buscando definir as bases para a compreensão da singularidade do processo de racionalização ocidental – e, dentro dele, da racionalização do direito – a recepção aparece como um importante fator da produção das qualidades formais do moderno direito sistematicamente estatuído e aplicado por profissionais especializados, cuja marca principal é um racionalismo formal baseado na interpretação lógica do sentido. Esse racionalismo de abstração lógica, que acabou tornando-se a característica principal do trabalho jurídico moderno, foi o produto e o legado para a modernidade da jurisprudência do direito comum, desenvolvida a partir da recepção e dedicada à sistematização do direito romano recebido.
ABSTRACT Max Weber addresses the theme of the reception of Roman law in the European Middle Ages and Early Modern Period within his comparative-typological sociology of law. Seeking to lay the foundations for understanding the uniqueness of the process of Western rationalization – and, within it, the rationalization of law - the reception appears as an important factor in the production of the formal qualities of the modern systematically established and expert- operated law, whose main feature is its formal rationalism based on the logical interpretation of meaning. This logical abstract rationalism, which became the main characteristic of modern legal work, was the product and legacy for the modernity of the jurisprudence of ius commune, which started to be developed with the reception and was dedicated to the systematization of the received Roman law.
Max Weber aborda el tema de la recepción del derecho romano en la Edad Media y Moderna europea en el marco de su sociología tipológico-comparativa del derecho. Buscando establecer las bases para la comprensión de la singularidad del proceso de racionalización occidental – y, dentro de él, de la racionalización del derecho – la recepción aparece como un importante factor de la producción de las cualidades formales del moderno derecho sistemáticamente estatuido y aplicado por los profesionales especializados, cuya característica principal es un racionalismo formal basado en la interpretación lógica del sentido. Este racionalismo de abstracción lógica, que se convirtió en la característica principal del trabajo jurídico moderno, fue el producto y el legado para la modernidad de la jurisprudencia del ius commune, que comenzó a desarrollarse con la recepción y se dedicó a la sistematización del derecho romano recibido.