Este artigo pauta-se em discussões críticas sobre o modelo de desenvolvimento respaldado na cronologia movida pelo progresso e integrante do discurso de desenvolvimento econômico no qual se estruturam os Estados-Nação. Articulada a essas discussões, está a noção de uma infância ideal como um dos pilares de sustentação das políticas curriculares e das práticas educativas voltadas às crianças. Os modelos de desenvolvimento e de infância são postos em discussão pelo viés do gênero e da sexualidade como interrogantes para problematizar estatutos de sujeito, fundamentados em regimes de inteligibilidade de corpos e vidas. Desse modo, analisamos memórias de infância de travestis, marcadas por dissidências em relação às normativas de gênero na escola, vigentes nos currículos, na organização dos espaços, tempos e relações pedagógicas. A infância, nessas memórias, não é tratada como a retrospectiva da vida nem como a prospecção para o futuro, mas como experiência social que é provocada pelas interrogações do presente a lançar críticas que perturbam as programações do tempo cronológico.
This article is based on critical discussions about the development model supported by the chronology moved by progress and part of the discourse of economic development in which Nation-States are structured. Linked to these discussions is the notion of an ideal childhood as one of the pillars of support for curricular policies and educational practices aimed at children. The models of development and childhood are discussed by the bias of gender and sexuality as questions to problematize subject statutes, based on regimes of intelligibility of bodies and lives. Thus, we analyze transvestite childhood memories, marked by dissent regarding gender norms in school, prevailing in curricula, in the organization of spaces, times and pedagogical relations. Childhood, in these memories, is treated neither as a retrospective of life nor as a prospect for the future, but as a social experience that is provoked by the interrogations of the present to cast criticisms that disturb chronological time schedules.
Este artículo se basa en discusiones críticas sobre el modelo de desarrollo, en base a la cronología impulsada por el progreso y parte del discurso del desarrollo económico en el que se estructuran los Estados-Nación. Vinculada a estas discusiones está la noción de una infancia ideal como uno de los pilares de apoyo a las políticas curriculares y a las prácticas educativas dirigidas a los niños. Los modelos de desarrollo y de infancia se discuten por el rumbo de género y sexualidad como preguntas para problematizar los estatutos de sujetos, basados en regímenes de inteligibilidad de cuerpos y vidas. Por lo tanto, analizamos las memorias de la infancia de travestis, marcadas por la disidencia con respecto a las normas de género en la escuela, prevaleciendo en las políticas curriculares, en la organización de espacios, tiempos y relaciones pedagógicas. La infancia, en estas memorias, no se trata como una retrospectiva de la vida ni como una perspectiva para el futuro, sino como una experiencia social provocada por los interrogatorios del presente para emitir críticas que perturban la programación del tiempo cronológico.