Este artigo é resultado de uma pesquisa empírica, qualitativa, exploratória e descritiva, onde objetivamos a apropriação dos conhecimentos, atitudes e opiniões de adolescentes sobre trollagens e o escárnio contra a obesidade no mundo virtual, assim como exploramos os limites entre a brincadeira e o cyberbullying. Construímos um perfil no Facebook para absorver as dinâmicas da plataforma, estabelecendo contato sem interações públicas significativas com as postagens entendidas como de humor, e páginas que patrocinavam publicações voltadas ao riso na rede social, incluindo as com nomes associados à expressão trollar e meme. Realizamos também oito entrevistas semiestruturadas com adolescentes, com idade entre 17 e 19 anos. As falas transcritas e as postagens no Facebook foram analisadas pela perspectiva da Análise de Conteúdo, de Bardin. Os resultados indicam que, para os adolescentes entrevistados, os vínculos de amizade representam permissão para comentários e ações que relacionadas a estranhos e fora do círculo afetivo, seriam consideradas violência. Percebemos que quando as publicações são baseadas em preconceitos e discriminações sua replicação faz com que tal ação atinja um coletivo representado na imagem, vídeo ou comentário. De forma que, se for um caso de cyberbullying, sua potência atingirá sujeitos para além do alvo inicial.
This article is the result of an empirical, qualitative, exploratory and descriptive research, in which we aim at the appropriation of the knowledge, attitudes and opinions of adolescents about trolling and the scorn against obesity in the virtual world, as well as explore the limits between play and cyberbullying. We built a profile on Facebook to absorb the dynamics of the platform, establishing contact without significant public interactions with posts understood as humor, and pages that sponsored laughter-oriented social networking sites, including those associated with the trollar expression and meme. We also conducted eight semi-structured interviews with adolescents, aged between 17 and 19 years. The transcribed speeches and Facebook postings were analyzed from the Bardin Content Analysis perspective. The results indicate that, for adolescents interviewed, the bonds of friendship represent permission for comments and actions that related to strangers and outside the affective circle, would be considered violence. We realize that when publications are based on prejudice and discrimination their replication causes such action to reach a collective represented in the image, video or comment. Therefore, if it is a case of cyberbullying, its power will reach subjects beyond the initial target