Ao longo deste texto apresento e problematizo a participação de um grupo de alunas de uma turma de quinta série de uma escola pública da periferia de Porto Alegre em situações de violência fÃsica e verbal, protagonizadas principalmente no ambiente escolar. Para tanto, constituo minhas análises a partir das perspectivas teóricas dos Estudos Culturais e dos Estudos de Gênero, em uma abordagem pósâ€estruturalista. Dessa forma, entendo os comportamentos das meninas como articulados na cultura e no interior de práticas discursivas especÃficas, de acordo com Stuart Hall. Inicialmente, apresento considerações sobre um ideário de infância feminina, a partir do qual entendo que as posturas das alunas acabam por ser interpretadas e descritas. Posteriormente, descrevo comportamentos e opiniões de alunas,que se distanciam de caracterÃsticas relacionadas à infância feminina como naturais. Por fim,
realizo uma breve problematização sobre a temática da violência escolar, pensando que as posturas apresentadas pelas alunas na contemporaneidade devam ser discutidas nas escolas, a partir do currÃculo escolar. Acredito que muitos outros comportamentos de meninas poderiam ser problematizados, não em busca de soluções imediatas, mas para dar visibilidade a atitudes que, ainda, em muitas escolas, são tão somente criticadas. Â