O presente artigo foca nas dinâmicas de migração interna, tomando o caso dos migrantes naturais das Planícies Bamenda no litoral de Camarões, e destaca como tais migrações deram origem ao enigma identitário entre aqueles que vieram a ser chamados graffie e os locais. Questiona como a politização da identidade pode ser compreendida dentro das dinâmicas históricas e políticas de Camarões. O artigo também defende que, no início da colonização britânica, muitos habitantes da região migraram para o complexo industrial do litoral de Camarões como mão de obra para as plantations, além de como auxiliares em outros serviços coloniais. Depois de trabalhar nestes serviços eles se aposentaram e tornaram-se empreendedores, para desgosto dos locais. Eles foram, assim, pejorativamente denominados graffie. Usando o conceito de identidade em migração o artigo questiona por que e como os graffie lidaram com sua identidade em espaços heterogêneos, como a região sudoeste de Camarões.
This article focuses on the dynamics of internal migration taking the case of Bamenda Grassfielders’ migrants in coastal Cameroon and stresses on how such migrations gave rise to the identity puzzle between those who were branded as the graffie and their host. It questions how the politicization of identity can be understood within the historical and political dynamics of Cameroon. The article further maintains that at the onset of the British colonial rule many people from this region migrated to the industrial complex of coastal Cameroon as plantation labour as well as auxiliary labour in other colonial services. After work in these services they retired and became enterprising to the chagrin of their host. They were thus derogatorily branded as graffie. Using the concept of identity in migration the article questions why and how the graffie have coped with their identity in heterogeneous spaces like the South west region of Cameroon.