Mitos e Educação na Ancestralidade de Tentehar

Revista da FAEEBA - Educação e Contemporaneidade

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ISSN: 2358-0194
Editor Chefe: Elizeu Clementino de Souza
Início Publicação: 09/02/2021
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Ciências Sociais Aplicadas

Mitos e Educação na Ancestralidade de Tentehar

Ano: 2022 | Volume: 31 | Número: 67
Autores: M. J. R. de Sá, M. C. de Almeida
Autor Correspondente: M. J. R. de Sá | [email protected]

Palavras-chave: educação indígena; narrativas; memória; povo Tentehar

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O artigo trata de pedagogias da educação do povo Tentehar. O estudo foi desenvolvido junto aos Tentehar que vivem no território indígena Arariboia. Com método etnográfico, para os registros usamos entrevistas semiestruturadas, diálogos abertos, fotografias, anotações em caderno de campo. Os interlocutores do estudo foram intelectuais da tradição, anciãos, lideranças indígenas e professores da aldeia Juçaral. Na articulação entre narrativas míticas e a memória biocultural dos participantes, rememoramos princípios e valores que orientam o pensamento e a pedagogia no mundo indígena. O enredo foi produzido por homens e mulheres que compartilharam conosco saberes, modos de vida e problemas do seu cotidiano. Na cultura ancestral Tentehar, narrativas míticas alimentam o processo formativo entre este povo, por seu intermédio são transmitidos valores que educam na sua cosmologia. A repetição oral é um dos métodos para se aprender e ensinar nessa cultura. Entre os resultados obtidos destacamos que suas narrativas irrigam a memória individual e coletiva, alimentam pedagogias da resistência, do bem viver e do cuidado com a vida. Seus principais rituais tradicionais, da menina moça, dos rapazes e a festa do mel, os mantêm conectados com seus valores primordiais; alguns destes são: o respeito ao conhecimento dos anciãos e seus ensinamentos; o convívio respeitoso e equilibrado com a biodiversidade; agradecer e reverenciar a existência pela dádiva da vida.



Resumo Inglês:

Arariboia. Using the ethnographic method, we used semi-structured interviews, open dialogues, photographs, and notes in a field notebook. The interlocutors of the study went tradition intellectuals, elders, indigenous leaders, and teachers from the Juçaral village. In the articulation between mythical narratives and the participants’ biocultural memory, we recalled principles and values that guide thought and pedagogy in the indigenous world. The plot was produced by men and women who shared with us their knowledge, ways of life, and daily problems. In the ancestral culture, mythical narratives feed the formative process among these people, through which values that educate in their cosmology are transmitted. Oral repetition is one of the methods for learning and teaching in this culture. Among the results obtained, we highlight that their narratives irrigate individual and collective memory, feed pedagogies of resistance, of the good life, and of the care for life. Their main traditional rituals, of the young girl, of the boys, and the honey festival, keep them connected with their primordial values, some of which are: the respect for the knowledge of the elders and their teachings; the respectful and balanced coexistence with the diversity; thanking and revering existence for the gift of life.



Resumo Espanhol:

El artículo trata de las pedagogías de la educación del pueblo tentehar. El estudio se desarrolló con el pueblo tentehar que vive en el territorio indígena de Arariboia. Con el método etnográfico, utilizamos entrevistas semiestructuradas, diálogos abiertos, fotografías y notas en un cuaderno de campo. Los interlocutores del estudio fueron intelectuales de la tradición, ancianos, líderes indígenas y profesores de la aldea de Juçaral. En la articulación entre las narrativas míticas y la memoria biocultural de los participantes recordamos principios y valores que guían el pensamiento y la pedagogía en el mundo indígena. La trama fue producida por hombres y mujeres que compartieron con nosotros sus conocimientos, formas de vida y problemas cotidianos. En la cultura ancestral, las narraciones míticas alimentan el proceso formativo entre estos pueblos, a través del cual se transmiten valores que educan en su cosmología. La repetición oral es uno de los métodos de aprendizaje y enseñanza en esta cultura. Entre los resultados obtenidos destacamos que sus narrativas irrigan la memoria individual y colectiva, alimentan pedagogías de la resistencia, del buen vivir y del cuidado de la vida. Sus principales rituales tradicionales, de la jovencita, de los chicos y la fiesta de la miel, los mantienen conectados con sus valores primordiales, algunos de los cuales son: el respeto por el conocimiento de los mayores y sus enseñanzas; la convivencia respetuosa y equilibrada con la biodiversidad; el agradecimiento y la reverencia a la existencia por el don de la vida.