A moradia é um dos temas mais desafiantes quando pensamos sobre a vida adulta
independente de pessoas com deficiência. Cada vez mais os núcleos familiares são menores,
pessoas com deficiência vivem mais tempo devido às novas terapias e tecnologias que
resultam do conhecimento científico e, com isso, surge a preocupação sobre o futuro dessa
pessoa quando os pais ou responsáveis não estiverem mais aqui. Problema que se agrava
para as famílias de baixa renda. Este artigo discute a atual política das Residências Inclusivas
do Sistema Único de Assistência Social, apresenta dados sobre a insuficiência da oferta
atual de moradias e descreve a experiência piloto de moradia para a vida independente
com um novo marco conceitual. Conclui-se com um chamado à urgente necessidade de
discussão sobre um modelo de financiamento que amplie o acesso às moradias para a
maior parte da população (89% dos domicílios), que não se enquadra, hoje, no perfil dos
beneficiários da política pública, nem possuem renda própria para custear novas soluções
que começam a surgir no setor privado.