Este artigo analisa as cartas enviadas por Maria Lacerda de Moura a Bertha Lutz entre 1920 e 1922. As cartas foram encontradas a partir de uma pesquisa institucional cujo objetivo foi identificar o ideário educativo da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino. Refletimos sobre a utilização da carta missiva como fonte de pesquisa que pode revelar traços, pistas e sinais, como assinala Ginzburg, não somente das histórias individuais dessas mulheres, mas de suas histórias coletivas e também da sociedade em que viveram. Mostramos que apesar de algumas confluências na luta pela educação feminina, existiam diferenças nas concepções de Bertha Lutz e Maria Lacerda de Moura, pois a trajetória de ambas apresenta peculiaridades conduzindo a diferentes visões de mundo.