O artigo propõe analisar a situação da temática das mudanças climáticas como objeto de estudo das ciências sociais em Moçambique, considerando que este país é um dos mais vulneráveis do mundo a catástrofes climáticas. O trabalho foi elaborado a partir de uma revisão bibliométrica na plataforma Scopus, além da procura de informação relevante sobre o tema nas páginas oficiais das dez principais universidades de Moçambique. Argumentamos que há uma periferização das mudanças climáticas, como objeto de estudo nas ciências sociais, o que contrasta com a visibilidade da questão em instituições governamentais e painéis intergovernamentais. Por fim, propomos o construcionismo ambiental e a ecologia decolonial como ferramentas que podem de forma recíproca se iluminar na construção de uma agenda de pesquisa para as ciências sociais em Moçambique, fornecendo uma ampla base teórica para abordar questões críticas relacionadas às mudanças climáticas e à colonialidade.