Este texto é um fragmento de uma pesquisa de doutorado em Sociologia e só foi possível por conta de mais de 10 anos de escrevivência com mulheres quilombolas que são linha de frente na defesa do Território quilombola Santa Rosa dos Pretos, Itapecuru-Mirim/MA, Brasil. Este texto visa ampliar o debate sobre o protagonismo das mulheres quilombolas na relação com o território quilombola e com o terreiro. Com base nisso, o Tambor de Mina é uma religião de matriz africana, espaço seguro e uma força existencial que emana da mãe natureza que as mulheres acionam na luta contra desenvolvimento predatório. A partir das ontologias presentes nas relações com os encantados, as mulheres quilombolas criam e recriam possibilidades de existência para si mesmas e seu território. Por fim, consideramos que essa confluência encantada permite a proposição de outras narrativas, falar de nós ganhando, como nos ensinou nosso mestre Nêgo Bispo.