O presente texto tem por objetivo problematizar a tese paranista de um “Brasil diferente” referindo-se à ocupação da região por imigrantes europeus, que seriam mais trabalhadores, mais religiosos, mais dóceis, ou seja, mais “civilizados”. Ao contrário, cotejando o discurso com um vasto material empírico que cobre cerca de um século, observa-se a prática da violência no cotidiano dos imigrantes em suas mais variadas formas. Apresentamos uma chave teórica para compreensão dos processos criminais e do cotidiano a que eles se referem.
This paper aims to discuss the thesis from Paraná State on the existence of a “Different Brazil”, which refers to the occupation of the southern region of Brazil by European immigrants, who would be more hardworking, more religious, more docile, i.e., more “civilized”. However, by analyzing the discourse based on in the vast empirical material that covers nearly a century, it is possible to observe that the practice of violence in its most varied forms was commonly present in the everyday life of the immigrants. A theoretical key to understand the criminal proceedings and the everyday lives in which they were inserted is here presented.