A expectativa do nascimento de um bebê é permeada de investimentos psíquicos e emocionais e da idealização de um filho "perfeito" e saudável. No entanto, a chegada de um filho com um transtorno do desenvolvimento pode ocasionar preocupações e incertezas, dependendo do grau de comprometimento da criança ou dos aspectos socioculturais que permeiam a aceitação dos progenitores. O presente artigo se debruça sobre as narrativas de mães que possuem filhos com transtornos do desenvolvimento, a partir da perspectiva sócio-histórica de Vigotski e colaboradores, visando compreender os processos de inclusão escolar, familiar e social vivenciados por essas mães e seus filhos. Para tal, optou-se pela pesquisa do tipo exploratória, em uma abordagem qualitativa. O estudo desenvolvido alerta para a necessidade de acompanhamento de pais e filhos por uma equipe multidisciplinar e evidencia a capacidade adaptativa dos pais, com o passar do tempo, possivelmente pela internalização do processo de aceitação, haja vista os estereótipos e estigmas sociais que ampliam a deficiência para além de seu caráter estritamente orgânico (biológico).
The expectation of the birth of a baby is permeated by psychic and emotional investments and the idealization of a "perfect" and healthy child. However, the arrival of a child with a developmental disorder can cause concerns and uncertainties, depending on the degree of commitment of the child or the socio-cultural aspects that permeate the acceptance of the parents. This article focuses on the narratives of mothers who have children with developmental disorders, from the socio-historical perspective of Vigotski and collaborators, aiming to understand the processes of school, family and social inclusion experienced by these mothers and their children. To this end, we opted for exploratory research, using a qualitative approach. The developed study warns of the need to monitor parents and children by a multidisciplinary team and shows the adaptive capacity of parents, over time, possibly due to the internalization of the acceptance process, given the stereotypes and social stigmas that amplify the disability beyond its strictly organic (biological) character.