NARRATIVAS DE MÉDICAS NEGRAS SOBRE SEU PROCESSO DE ESCOLARIZAÇÃO: cor da pele, cabelo e resistência

Revista Espaço do Currículo

Endereço:
Via Expressa Padre Zé - S/N - Cidade Universitária
João Pessoa / PB
58900-000
Site: https://periodicos.ufpb.br/index.php/rec
Telefone: (83) 3043-3170
ISSN: 1983-1579
Editor Chefe: Maria Zuleide Pereira da Costa
Início Publicação: 29/02/2008
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Educação

NARRATIVAS DE MÉDICAS NEGRAS SOBRE SEU PROCESSO DE ESCOLARIZAÇÃO: cor da pele, cabelo e resistência

Ano: 2022 | Volume: 15 | Número: 1
Autores: Ieda Marisa Trindade Moreira de Abreu e Maria Carolina da Silva Caldeira
Autor Correspondente: Ieda Marisa Trindade Moreira de Abreu | [email protected]

Palavras-chave: Relações étnico raciais. Mulheres negras. Ensino superior.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Este artigo busca contribuir com as reflexões acerca da importância de se discutir as relações étnico raciais ao apresentarnarrativasde experiências escolares de médicas negras que vivenciaram situações de racismo estrutural, durante toda a trajetória escolar, incluindo o curso superior em medicina na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Essas narrativasforam produzidas em uma pesquisa de Mestrado que investigou processos de subjetivação de cinco mulheres negras e pobres que ingressaram no curso de medicina no ano de 2009 concluindo-o no ano de 2014. A pesquisa que dá base a este artigo opera com conceitos foucaultianos, em especial os modos de subjetivação. Como metodologia foram utilizadas as entrevistas narrativas, entendidas como uma técnica para produção de informações de pesquisa por meio de uma conversa, a partir de alguns eixos estruturantes. O argumento deste artigo é o de que o corpo negro é o alvo sobre o qual incidem as relações de poder que se referem ao racismo. Assim, para produzir modos de subjetivação, as médicas precisaram ressignificar esse corpo (particularmente no que concerne ao cabelo negro e à cor da pele), fazendo com que ele ocupasse um lugar social historicamente negado ao corpo negro. Nesse processo, elas desestabilizam as relações de poder, criam resistências e produzem outros modos de ser.



Resumo Inglês:

This article seeks to contribute to the reflections on the importance of discussing ethnic-racial relations by presenting narratives of school experiences of black doctors who experienced situations of structural racism throughout their school trajectory, including the higher coursein medicine at the Federal University of Minas Gerais (UFMG). These narratives were produced in a Master's research that investigated processes of subjectivation of five black and poor women who entered the medical course in 2009 and concluded it in 2014.The research that supports this article operates with Foucauldian concepts , especially the modes of subjectivation. As a methodology, narrative interviews were used, understood as a technique for producing research information through a conversation, based on some structuring axes. The argument of this article is that the black body is the target on which the power relations that refer to racism focus. Thus, in order to produce modes of subjectivation, the doctors needed to re-signify this body (particularly with regard to black hair and skin color), making it occupy a social place historically denied to the black body. In this process, they destabilize power relations, create resistance and produce other ways of being.



Resumo Espanhol:

Este artículo busca contribuir a las reflexiones sobre la importancia de discutir las relaciones étnico-raciales mediante la presentación de narrativas de experiencias escolares de médicos negros que vivieron situaciones de racismo estructural a lo largo de su trayectoria escolar, incluido el curso superior de medicina en la Universidad Federal de Minas Gerais. (UFMG). Estas narrativas fueron producidas en una investigación de Maestría que investigó procesos desubjetivación de cinco mujeres negras y pobres que ingresaron a la carrera de medicina en 2009 y la concluyeron en 2014. La investigación que sustenta este artículo opera con conceptos foucaultianos, especialmente los modos de subjetivación. Como metodología se utilizó la entrevista narrativa, entendida como una técnica de producción de información de investigación a través de una conversación, a partir de unos ejes estructurantes. El argumento de este artículo es que el cuerpo negro es el blanco sobre el que se centran las relaciones de poder que remiten al racismo. Así, para producir modos de subjetivación, los médicos necesitaban resignificar este cuerpo (particularmente en lo que se refiere al pelo negro y al color de la piel), haciéndolo ocupar un lugar social históricamente negado al cuerpo negro. En este proceso, desestabilizan las relaciones de poder, crean resistencias y producen otras formas de ser.