O presente artigo tem como objetivo refletir sobre questões epistêmico-metodológicas na construção de narrativas com enfoque na decolonialidade em pesquisas participativas. Situamos nossas reflexões a partir de três pesquisas realizadas no processo de doutorado, de duas pesquisadoras e um pesquisador que fazem parte de Instituições diferentes, mas participam do mesmo grupo de pesquisa – GEPCOL-UFPE, o mesmo GT da ANPEPP, e desenvolveram seus estudos com foco nas narrativas das juventudes. Destacamos nesses estudos, que para a execução de pesquisas participativas que buscam construir narrativas é necessário à emergência de um caminho alternativo aos modelos hegemônicos, o que requer uma mudança de postura da/o pesquisadora/or, no sentido de que essa/e considere os marcadores sociais que lhe constituem na relação com as/os participantes e na construção das informações. É necessário também o uso de referenciais epistêmicos metodológicos que possibilitem a valorização das experiências dos sujeitos, que permitam que essas/es falem, sejam ouvidas/os e tenham suas vozes visibilizadas nos textos. Consideramos que a narrativa é política por se fazer compartilhada, por buscar visibilizar as situações de opressão e desigualdades na sociedade, e também por contribuir na construção de práticas decoloniais e da resistência.
The present article aims to reflect on epistemic-methodological issues in the construction of narratives with a focus on decoloniality in participatory research. We place our reflections based on three researches carried out in the doctoral process, of two researchers and one researcher who are part of different Institutions, but participate in the same research group - GEPCOL-UFPE, the same GT-ANPEPP, and developed their studies with a focus on youth narratives. We highlight in these studies that for the execution of participatory research that seeks to build narratives, it is necessary to the emergence of an alternative path to hegemonic models, which requires a change in the researcher's posture, in the sense this considers the social markers that constitute it in the relationship with the participants and in the construction of information. It is also necessary to use methodological epistemic references that make it possible to value the experiences of the subjects, that allow them to speak, to be heard, and to have their voices visible in the texts. We believe that the narrative is political for being shared, for seeking to make visible the situations of oppression and inequality in society, and also for contributing to the construction of decolonial practices and resistance.