Neurociência na educação infantil: o significado do ato de desenhar

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Editor Chefe: Profa. Maysa Gomes
Início Publicação: 01/01/2002
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Educação

Neurociência na educação infantil: o significado do ato de desenhar

Ano: 2018 | Volume: 13 | Número: 20
Autores: Elvira Souza Lima, Marcelo Guimarães Lima
Autor Correspondente: Elvira Souza Lima | [email protected]

Palavras-chave: desenho, neurociência, cérebro, formação do professor

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Neste artigo apresentamos uma possibilidade de utilização da neurociência para a reflexão sobre um componente curricular, o desenho. Situamos o desenho como capacidade que surge na evolução da espécie humana, discutimos a predisposição genética para o traçado dos elementos básicos do desenho (ponto, linha, reta, ângulos e círculo) e como, a partir daí, o traçado evolui na criança pequena com o despontar da narrativa visual nas idades da Educação Infantil e, finalmente, a intervenção educacional que permite o pleno desenvolvimento da narrativa visual na criança pequena.  Apontamos a relevância de a neurociência ser incluída na formação do educador para que a escola garanta tempo e contexto para que a criança possa exercitar continuamente o ato de desenhar, desenvolvendo a imaginação e formando memórias. Partindo da neurociência e a necessária intersecção desta com a antropologia, e considerando as artes e o sentido estético, foi elaborada uma base teórico-prática para desenvolver um currículo para a Educação Infantil, adequado ao desenvolvimento da criança pequena: Viver a Infância (LIMA, 2005).  Nele, o desenho se insere como prática diária, dada a sua potencialidade como sistema expressivo da espécie e por constituir a identidade da criança, além de sua participação na apropriação da escrita e sua utilidade na aquisição de conhecimentos escolares das diversas várias áreas. Integrada a esta proposta, há o currículo de formação continuada para o professor, incluindo neurociência e as dimensões antropológicas e semióticas da produção de desenhos. Os desenhos aqui apresentados foram realizados por crianças da Escola de Educação Infantil de Guarani, pela equipe de professoras sob a coordenação de Heliana Bellotti e docência das professoras da equipe1e da professora Fabiana Alfim, da Rede Municipal de São Paulo, em uma escola de periferia. Eles são exemplos claros do potencial das crianças pequenas para realizar complexas narrativas visuais, quando se opta por incluir a perspectiva da neurociência no currículo e na formação dos educadores.