Notas sobre o uso de imagens visuais nas pesquisas em psicologia

Revista de Psicologia

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ISSN: 2179-1740
Editor Chefe: Cassio Adriano Braz de Aquino
Início Publicação: 26/01/2018
Periodicidade: Anual
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Psicologia

Notas sobre o uso de imagens visuais nas pesquisas em psicologia

Ano: 2017 | Volume: 8 | Número: 1
Autores: Lineu Norio Kohatsu
Autor Correspondente: Lineu Norio Kohatsu | [email protected]

Palavras-chave: fotografia, vídeo, psicologia

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O presente artigo tem por objetivo apresentar algumas reflexões sobre o uso de imagens visuais nas pesquisas em Psicologia. Na primeira parte, discute-se como as ciências humanas e a fotografia, surgidas no século XIX, compartilharam a visão hegemônica de ciência baseada nos pressupostos do positivismo, e produziram teorias preconceituosas a respeito dos indivíduos ou grupos considerados inferiores ou desprovidos de razão, como os povos primitivos ou selvagens, os criminosos e os loucos. Na segunda parte, propõe-se uma discussão sobre o olhar e o exercício antropológico de buscar o familiar no estranho e de estranhar o familiar na relação do pesquisador com o outro e consigo mesmo. Na terceira parte, são apresentados alguns trabalhos de pesquisa qualitativa em Psicologia que fizeram uso de imagens. No artigo, buscou-se mostrar a importância do diálogo interdisciplinar, do reconhecimento das experiências em outras áreas e disciplinas do conhecimento, inclusive não-acadêmicas, como o fotojornalismo. Para além do domínio técnico no uso das imagens, enfatiza-se a necessidade de uma reflexão crítica sobre a ética na relação com o outro. Por fim, procurou-se mostrar como são tênues as fronteiras entre objetividade e subjetividade, estranho e familiar, documento e ficção e entre ciência e arte.



Resumo Inglês:

This article has the objective of presenting some reflections about the use of visual images in Psychology researches. In the first part we discuss how Human Sciences, and Photography, which came up in the XIX century, shared the hegemonic view of Sciences based on the positivist assumptions and produced prejudicial theories on individuals or groups considered inferior or deprived of reasoning, just like primitive or savage, criminals and crazy people. In the second part, we propose a discussion about gaze and the anthropological task of searching for what is familiar in strangeness and to consider strange what is familiar in the relation established by the researcher with the other and with himself. In the third part we present some works with qualitative researches in Psychology. In the article we aimed to show how important the interdisciplinary dialogue is, by recognizing experiences in other fields of knowledge and subjects, including non-academic ones such as the photojournalism. Far beyond the technical domain in the use of images, we emphasize the need of critical thinking about ethics in the relation with the other. Eventually, we tried to show how thin are the borders between objectivity and subjectivity, strange and familiar, document and fiction and, also, Science and Arts.