Este ensaio busca pensar com o filme Corpo Elétrico (2017), de Marcelo Caetano, o que chama de pedagogia queer. O texto se assume como um conjunto de notas biográficas escritas na primeira pessoa do plural e extraídas de relação dos autores como amigos, professor e estudante, mas também a partir das intersecções das suas experiências como gays de cidades pequenas com diagnósticos de altas habilidades e transtorno de ansiedade generalizada, entre outros aspectos que fogem à eficácia do tempo do discurso pedagógico. Formas alternativas de teorizar o tempo e a sensibilidade são propostas por meio de intensidades como a adesividade, as persistentes ambivalências dos encontros entre corpos e a fricção erótica dos afetos que não fáceis de incluir ou reconhecer na história das ideias pedagógicas. Assim, o texto traça uma pedagogia queer como o nome para descrever uma modalidade de educação sentimental que faz tremer o domínio da subjetividade e contempla esteticamente a existência sem limitá-la a noções de belo, gosto e sublime. Conectando-se a irrazoabilidade do sensível, este ensaio apresenta os desafios que o filme dá a pensar sobre os pressupostos crononormativos da educação que tendem a abundar quando se trata de projetos políticos e de formação de sujeitos.
This essay seeks to think about what it calls queer pedagogy with Marcelo Caetano's film Corpo Elétrico (2017). The text is presented as a series of biographical notes drawn from the authors' relationship as friends and as teacher and student. In this way, different aspects of the film are superimposed on different biographical resources in order to locate aspects that escape the efficacy of time in pedagogical discourse. Alternative ways of theorizing time and sentimental education are proposed through intensities such as adhesiveness, the persistent ambivalence of encounters between bodies, and the erotic friction of affections that are not easily included or recognized in the history of pedagogical ideas. Thus, the text outlines a queer pedagogy as a name to describe a modality of affective education that shakes the domain of subjectivity and aesthetically contemplates existence without limiting it to notions of beauty, taste and the sublime. Linking to the unreasonableness of the sensible, this essay presents the challenges that the film poses to the chrononormative assumptions of education that tend to abound when it comes to political projects and the formation of subjects.
Este ensayo busca pensar con la película Corpo Elétrico (2017) de Marcelo Caetano lo que él llama pedagogía queer. El texto se asume como un conjunto de notas biográficas extraídas de la relación de los autores como amigos y como maestro y alumno. Así, distintos aspectos de la película se superponen a distintos recursos biográficos para situar las dimensiones que escapan a la efectividad del tiempo del discurso pedagógico. Se proponen formas alternativas de teorizar el tiempo y la educación sentimental a través de intensidades como la adhesividad, las persistentes ambivalencias de los encuentros entre cuerpos y la fricción erótica de los afectos que no son fáciles de incluir o reconocer en la historia de las ideas pedagógicas. Así, el texto esboza una pedagogía queer como nombre para describir una modalidad de educación afectiva que sacude el dominio de la subjetividad y contempla estéticamente la existencia sin limitarla a nociones de belleza, gusto y lo sublime. Conectando con la irracionalidad de lo sensible, este ensayo presenta los desafíos que plantea la película para pensar en los supuestos crononormativos de la educación que tienden a abundar cuando se trata de proyectos políticos y formación de sujetos.