O artigo é o primeiro resultado duma pesquisa que tende a repercorrer algumas das principais problemáticas de fundo da relação com o Outro (o “Outro-estrangeiro” em particular), relação que hoje, num território de sociedades europeias de facto cada vez mais multiétnico-multiculturais, pode promover ou minar completamente a própria possibilidade de multiculturalismo. Trata-se de um assunto certamente não esgotável num ensaio de tamanho limitado como este; portanto, sem a pretensão de sermos exaustivos, tenta-se apenas desenvolver de maneira côngrua (espera-se) algumas questões de fundo; finalmente, lembremos que o discurso que aqui se defende se baseia essencialmente no pressuposto de que cada acção social (e portanto também o preconceito e a desigualdade) funda-se, entre outras, na forma em que nós conhecemos o outro reproduzindo-o numa imagem.
This article represents a first result of research carried out on the main problems relative to the relationship with the ‘Otherforeigner’, a relationship which today, in a Europe that would like to be increasingly multi-ethnic and multi-cultural, can develop or wipe out the possibility (for Europe itself) of succeeding in actually being such. This is a subject that clearly cannot be thoroughly dealt with in just a few pages, and the aim therefore is at least to define a number of leading issues, starting with the assumption that every social action (and therefore also prejudice and inequality) is often founded on the way in which we know the Other, reproducing it by means of pre-established images.