Desde a escolha da cidade do Rio de Janeiro para ser uma das sedes da Copa do Mundo de Futebol de 2014 e receber, também, os Jogos Olímpicos de 2016, a cidade vem passando por transformações urbanísticas e reformas estruturais importantes. Nesse contexto, o estudo se volta para a crescente militarização da cidade e seu desnudamento em territórios de conflito. Foi escolhido um ponto da realidade a partir do qual se observa a maximização deste quadro fenomênico: transportar-nosemos, assim, para uma comunidade situada no Rio de Janeiro, por meio da análise de cenas pinçadas do documentário “Morro dos Prazeres”, de Maria Augusta Ramos, a fim de constatar a existência de um verdadeiro estado de exceção institucionalizado nas comunidades sob intervenção das Unidades de Polícia Pacificadora (etapa observatória/construtivista), que repercute na gestão da cidade e na (não)participação dos moradores na política de bairro. Superada essa etapa, o presente estudo pretende expor a dimensão significativa do antônimo da gestão democrática da cidade, por intermédio da definição de antônimos (método antagonista) – gestão e comando, democracia e totalitarismo, cidade e campo. São estes três conceitos vertidos, que, revertidos, contribuirão para a clarificação da noção, ainda que mínima ou evidente (tomada na sua singeleza, sem aprofundamentos), de gestão democrática da cidade.