É um clichê referir-se a uma situação de crise, seja do que for, como uma oportunidade para o surgimento de novas formas de estabelecer relações com o mundo à nossa volta, tanto o natural quanto o psicossocial. Como clichê, pela sua própria característica, nas ocorrências de crise esse enunciado se encerra nele mesmo e, assim, as oportunidades, se é que existem, são desperdiçadas continuando a crise a perpetuar o caos. Se se tem, por vários fatores, a lucidez de compreendê-la e, mais ainda, de encetar ações que a combatam, com o tempo, senhor do destino humano, as crises são equacionadas e as relações mencionadas se situam em um novo patamar que se acredita mais evoluído que o anterior. O quanto é longo esse tempo, não se é permitido saber. Por isso que esse texto abriu-se com as epígrafes acima, da lavra de artistas que fazem por merecer a qualificação de ‘antenas da raça’.