O cinema de animação é visto no artigo como objeto de conhecimento, de construção de identidades sociais e culturais e como instrumento de aprendizagem. Por ser cruzamento de práticas socioculturais diversas, o cinema é tomado no texto como um agente de socialização que possibilita encontros das mais diferentes matizes: de pessoas com pessoas na sala de exibição, das pessoas com elas mesmas, com as narrativas dos/nos filmes, com as culturas nas suas mais controversas representações e, ainda, com imaginários múltiplos. Aponta-se no texto que mais que o filme em si importaria aos educadores/as a relação que com ele estabelecemos através de mediações diversas. É essa relação que vai possibilitar entender a dimensão educativa do cinema como experiência éticoestética e expressiva da sensibilidade, do conhecimento e das múltiplas linguagens humanas que se acredita ser possÃvel inspirar outras práticas educativas escolares. O artigo mergulha, visando adensar tais reflexões a partir de leituras fÃlmicas, em duas animações que fizeram enorme sucesso nas telas dos cinemas nos últimos anos. Trata-se dos filmes Happy Feet e Os Sem- florestas. A partir deles e/ou com eles, tecemos considerações, sobretudo, sobre os modos de viver e de ser que esses filmes colocam em circulação. Considera-se que são muitos os olhares possÃveis para ver Happy Feet e Os Sem-floresta. Certamente outras abordagens complementariam as leituras promovidas pelo texto e/ou problematizariam outras questões. O importante é que, nas indagações que certos filmes nos colocam sobre os diferentes modos de ser e de ver, o cinema como cultura, arte, conhecimento, jogo e entretenimento possa ser sempre um dos protagonistas nos espaços de educação.