Esta dissertação analisou como se deu o filosofar na arte das crianças surdas e na busca por práticas estéticas visuais no processo da construção deste filosofar. Para isto, foram realizadas entrevistas (individuais e coletivas) com 10 sujeitos surdos de uma escola municipal de surdos de Gravataí no Estado do Rio Grande do Sul, onde foram apresentadas algumas pinturas dos artistas Da Vinci, Picasso, Portinari e Baird (artista surdo). O objetivo foi o de provocar uma reflexão destes sujeitos, a partir de experiências estéticas, no sentido de que cada um pudesse expressar seus saberes, praticar a vivência do olhar, trazendo suas hipóteses e contribuições sobre as pinturas, observando como estas experiências podiam colaborar para a construção dos filosofares na arte dos sujeitos surdos. Os principais pressupostos teóricos foram os estudos de Michael J. Parsons sobre os níveis estéticos de compreensão da arte, que foram tabulados e sistematizados para uma melhor análise qualitativa dos dados, proposta metodológica adotada para a pesquisa. Marly Meira e Walter Kohan perpassam a pesquisa como os alicerces da criação filosófica e o pensar sobre o pensar. Destaco também os estudos de Duarte para a educação do sensível e de Pillar na educação para o olhar. Pôde-se notar que houve uma notável rela-ção entre as experiências estéticas e os diálogos com as possibilidades de novas compreensões sobre arte e com a criação de novos pensares filosóficos.