As práticas voltadas para o processo de desinstitucionalização são ainda muito recentes no Brasil e ainda estão em desenvolvimento. O objetivo deste escrito é refletir sobre como o trabalho na contemporaneidade pode ser um possível dificultador em tal processo. A importância do tema se dá pelo fato de que é a partir do trabalho que organizamos grande parte de nossas vidas e construímos nossa subjetividade, fazendo-nos pensar que a esfera laboral pode influenciar no processo de desinstitucionalização, pois pacientes, famílias e profissionais estão imersos nos modos de trabalho contemporâneos. As discussões levantadas resultam de uma revisão bibliográfica nas bases de pesquisa Scielo, LILACS, Periódicos Capes e BVS, utilizando os descritores “desinstitucionalização” e “família”. A temática trabalho é respaldada em autores como Antunes (2003; 2015), Dejours (2004; 2010), Ehrenberg (2010), Lipovetsky (2007). A partir das reflexões levantadas por teóricos da Saúde Mental e das correntes críticas da Psicologia Social do Trabalho. Este ensaio crítico conduziu-nos à considerações que apontam o trabalho, nos moldes atuais, como dificultador do processo de desinstitucionalização e soma-se as sobrecargas objetivas e subjetivas advindas da complexidade deste processo.
Practices aimed at the deinstitutionalization process are still very recent in Brazil and are still developing. The purpose of this writing is to reflect on how laboring in the contemporary society can be a possible complication in this process. The importance of the issue is due to the fact that it is influenced by our work that we organize much of our lives and build our subjectivity, making us think that the labor sphere can influence the process of deinstitutionalization since patients, families and professionals are immersed in the contemporary working methods. Discussions raised are the result of a literature review on research bases Scielo, LILACS, Capes and BVS, using the keywords “deinstitutionalization” and “family.” (desinstitucionalização and família in portuguese). The thematic “work” is supported by authors such as Antunes (2003; 2015), Dejours (2004; 2010), Ehrenberg (2010), Lipovetsky (2007). From the reflections raised by theoreticians of Mental Health and critic streams of Social Work Psychology, this critical essay led us to considerations that link labor, in current form, as a complicator for the deinstitutionalization process. Also, the objective and subjective burdens resulting from the complexity of this process are taken in account.