O objetivo do presente artigo consiste na demonstração dos avanços e retrocessos na assistência psiquiátrica brasileira pós-1945, a partir da evidência de fatos históricos da realidade do cuidado do sujeito em sofrimento mental. Nesse sentido, ao considerar a lamentável experiência do Hospital Colônia de Barbacena – Minas Gerais, busco compreender as ações e serviços, sob a perspectiva jusfilosófica, que se seguiram até a instituição da Política Nacional de Saúde Mental e as recentes alterações que acentuaram a crise da assistência pública no campo da saúde brasileira, inclusive mental. Em que pese as tristes e dolorosas lições ensinadas pela história asilar brasileira, entender a escolha do Estado brasileiro manter ainda ações hospitalocêntricas como locus principal da assistência psiquiátrica, é tarefa fundamental para a ruptura com a presente ordem autoritária e a construção de uma democracia antimanicomial através de um memorial coletivo.