O Instituto Rio Branco (IRBr), única instituição oficial de formação de diplomatas do Ministério da Relações Exteriores (MRE) brasileiro, tem registrado uma sub-representação de afro- -brasileiros e de afro-brasileiras na sua carreira diplomática. Nesse sentido, Oliveira (2011) postula em seus estudos que, até 2010, apenas 0,07% dos diplomatas do IRBr eram afro-brasileiro(a)s, dado este que comprova essa sub-representação de membros desse grupo étnico-racial naquela carreira. Nesse contexto, este artigo, como parte de uma pesquisa mais ampla, buscou investigar os critérios de seleção ao cargo de diplomata, se tais critérios estão permeados pelos racismos pessoal e institucional mediados pela atualização da agenda eugênica no Brasil, bem como as impressões que os diplomatas tanto afro-brasileiros e brancos que ingressam no IRBr possuem sobre a carreira. Numa perspectiva sócio-histórica, foram levantados os enfrentamentos pelos quais os diplomatas tanto afro-brasileiros como brancos têm vivido em suas trajetórias. Trata-se de uma pesquisa fenomenológica, de análise qualitativa, na qual foram utilizados, como procedimentos metodológicos, a análise bibliográfica, a documental, entrevista semiestruturada, questionário aberto e a Análise Crítica do Discurso (ACD). A análise está elucidada nas impressões dos diplomatas sobre a carreira, de suas concepções sobre o racismo institucional e nas experiências que os diplomatas afro-brasileiros têm ao ingressarem na diplomacia.
The Rio Branco Institute (IRBr), the only official institution for training diplomats of the Brazilian Ministry of Foreign Affairs (MRE), has registered a sub-representation of Afro-Brazilians and Afro-Brazilians in their diplomatic career. In this sense, Oliveira (2011) postulates in his studies that, until 2010, only 0.07% of IRBr’s diplomats were Afro-Brazilian, as this proves this under representation of members of this ethnic-racial group in that career. In this context, this article, as part of a wider research, sought to investigate the selection criteria for the position of diplomat, if such criteria are permeated by personal and institutional racism mediated by the updating of the eugenic agenda in Brazil, as well as the impressions that diplomats both Afro-Brazilians and whites who enter the IRBr have on the career. It is a phenomenological research, of qualitative analysis, in which methodological procedures were used, the bibliographic analysis, the documentary, semistructured interview, open questionnaire and the Critical Discourse Analysis (ACD). The analysis is elucidated in diplomats’ impressions of the career, their conceptions of institutional racism, and the experiences that Afro-Brazilian diplomats have in entering diplomacy
El Instituto Rio Branco (IRBr), única institución oficial de formación de diplomáticos del Ministerio de Relaciones Exteriores (MRE) brasileño ha registrado una sub-representación de afrobrasileños y afrobrasileñas en su carrera diplomática. En este sentido, Oliveira (2011) postula en sus estudios que, hasta 2010, sólo el 0,07% de los diplomáticos del IRBr eran afro-brasileños, dado que demuestra esta subrepresentación de miembros de ese grupo étnico-racial en aquella, carrera. En este contexto este artículo, como parte de una investigación más amplia, buscó investigar los criterios de selección al cargo de diplomático, si tales criterios están impregnados por los racismos personal e institucional mediados por la actualización de la agenda eugenésica en Brasil, así como las impresiones que los diplomáticos tanto afro-brasileños y blancos que ingresan en el IRBr poseen sobre la carrera. Se trata de una investigación fenomenológica, de análisis cualitativo, en la cual se utilizaron como procedimientos metodológicos, el análisis bibliográfico, la documental, entrevista semiestructurada, cuestionario abierto y el Análisis Crítico del Discurso (ACD). El análisis está elucidado en las impresiones de los diplomáticos sobre la carrera, de sus concepciones sobre el racismo institucional y en las experiencias que los diplomáticos afrobrasileños tienen al ingresar en la diplomacia.