Em Portugal, o uso de portefólios na educação tem vindo paulatinamente a ganhar visibilidade nas práticas pedagógicas desde a Educação de Infância até ao Ensino Superior, neste caso, sobretudo, no âmbito da supervisão da formação inicial de professores. No entanto, este instrumento pode mostrar-se muito valioso em contexto de formação contínua como estratégia de ensino-aprendizagem, de “investigação”, avaliação e reflexão sobre e nas práticas (Schön, 1983; 2000), conduzindo a um processo de (auto) construção colaborativa de conhecimento, de desenvolvimento pessoal e profissional dos alunos em formação pós-graduada ou mestrado. Tomando como princípio que a aprendizagem é um processo ativo, tal como preconizado pelo processo de Bolonha, que importa o caminho ou processos, e não simplesmente resultados ou produtos e que, tal como defendeu John Dewey, é importante aprender a pensar bem devendo os alunos ser os construtores do seu próprio conhecimento, a aprendizagem através da construção de portefólios constitui, sem dúvida, a estratégia adequada baseada nas metodologias construtivistas de ensino cabendo ao docente orientar e monitorizar este processo. Os portefólios, ao implicarem a escrita e a reflexão individual, auxiliam o formando, também ele docente, a tomar consciência das suas práticas, dos seus progressos e dificuldades, promovendo também a partilha contínua com os pares das suas análises e questionamentos conduzindo a uma reflexão colaborativa capaz de tornar os alunos supervisores de si próprios. Nesta apresentação pretende-se dar a conhecer a experiência de trabalho desenvolvida através de portefólios e (e)portefólios de aprendizagem nas unidades curriculares de “Modelos e Práticas de Supervisão Pedagógica” e “Conceções e Práticas Reflexivas em Educação”, no âmbito do mestrado em “Supervisão Pedagógica e Formação de Formadores” da FPCEUC, pela voz das docentes responsáveis e das mestrandas participantes.