Este trabalho tem como objetivo analisar, no período de 1942 a 1968, como a Escola Industrial de Natal (EIN) organizou o seu quadro de professores em vista ao atendimento às demandas provenientes de um currículo voltado para a formação de alunos cumpridores das normas estabelecidas e, sobretudo, aptos ao exercício de uma atividade profissional. O referencial teórico-metodológico utilizado neste trabalho centra-se na análise qualitativa, dando ênfase aos documentos históricos existentes no arquivo da escola, hoje denominada Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte-IFRN. Constituem o conjunto desses documentos portarias e ofícios da Direção da Escola, livros de posse da Escola Industrial de Natal (1940 a 1959; 1960 a 1968), pastas individuais dos professores e fotografias que expressam flagrantes do processo de formação desses professores e de algumas de suas práticas educativas. Neste estudo, realçamos a análise, principalmente, da Lei Orgânica do Ensino Industrial (decreto-lei nº 4.073/1942), da Lei 3.552 e do Decreto nº 47.038, de 1959, objetivando identificar como essa instituição de ensino se apropriou e utilizou essas distintas legislações tendo em vista o processo de constituição do corpo docente dessa escola. Também privilegiamos depoimentos orais de ex-professores que fizeram parte do corpo docente da Escola Industrial de Natal, no período em estudo. Os autores Julia (2001) e Fonseca (1961) ajudam-nos a compreender como um conjunto de normas e ações desenvolvidas no âmbito da EIN forjou um perfil profissional voltado para a formação de seus alunos.