Este artigo apresenta dados sobre a implantação do programa Escola Ativa no Estado de São Paulo com vistas a apontar avanços e lacunas desta ação iniciada em 29 municípios paulistas em 2008. Busca-se também responder em que medida o programa apresenta coerência com os pressupostos que norteiam a consolidação do campo da educação do campo em contraposição à educação rural. Será apresentada uma breve contextualização do programa, o retrato das adesões no estado de São Paulo e considerações sobre o desenvolvimento do programa em municípios paulistas a partir de dados coletados pela equipe da Representação do Ministério da Educação em São Paulo, responsável pelo acompanhamento da implantação e monitoramento in loco em 25 municípios no ano de 2010. Sucinta análise dos documentos que norteiam o programa aponta inconsistências entre a metodologia adotada, de cunho escolanovista, e o embasamento contido em sua proposta atual que incorpora as atuais discussões sobre educação do campo. A prática demonstrou que mais do que a efetiva implantação dos elementos da metodologia Escola Ativa, houve consequencias positivas ao proporcionar cursos de formação para representantes municipais e professores, que passaram a discutir temas ligados à educação do campo repercutindo em ganhos de visibilidade e consequente valorização das escolas com turmas multisseriadas. Muitas dessas escolas passaram a ter maior acompanhamento pedagógico, reformas ou adequações em seus prédios e materiais pedagógicos.