O presente artigo tem como objetivo fazer análise que permita ampliar a compreensão de algumas políticas educacionais, que vigoram em grande parte do país, hoje, e que aparecem como idéias ditas inovadoras, como por exemplo, o Sistema de Ciclos de algumas Redes de Ensino público. A pretensão, é a de estabelecer uma relação entre as proposições de Anísio Teixeira, principalmente a que sugere uma escola pública comum (para a formação de hábitos e comportamentos na construção de um país forte e desenvolvido), com o discurso oficial e a implementação da proposta de Ciclos, na Rede Municipal de Niterói. Para esse diálogo-tensionamento faço uso das minhas observações e vivências nessa Rede de Ensino, na qual atuo, há cinco anos, como professor das séries iniciais do Ensino fundamental. Nas considerações finais, analiso uma experiência específica, que vivenciei na escola. Tal experiência me levou a abrir caminhos de reflexões e indagações acerca da relação que se estabelece entre a ordem burocrática, necessária, que rege o funcionamento da escola e a cruel realidade de um jovem trabalhador-morador de rua, que desejava fazer sua matrícula na EJA.