Este trabalho apresenta reflexões acerca dos desafios da implementação da Educação do Campo em Sumidouro – RJ, um município essencialmente agrícola, cuja produção está fortemente atrelada ao capital industrial e a educação oferecida pelas escolas está descontextualizada com as necessidades locais. A metodologia empregada se baseou em revisão bibliográfica, análise documental e observação participante. Foi identificado que o Plano Municipal de Educação de Sumidouro faz poucas referências à realidade rural dos educandos, não contemplando grande parte dos anseios específicos deste público. Este fato vai de encontro aos problemas socioambientais observados no município, como o desgaste progressivo dos solos, a contaminação dos recursos hídricos, o endividamento dos produtores rurais e os altos níveis de evasão escolar a partir do segundo segmento do ensino fundamental, que colocam Sumidouro entre os piores IDHs do estado. Desta forma, concluiu-se que é necessário viabilizar a Educação do Campo aplicada ao Ensino fundamental em Sumidouro. Neste sentido, é preciso aprender com o exemplo do CEFFA de Nova Friburgo e se antever a pressão dos interesses econômicos locais e do próprio MEC quanto à imposição de uma base curricular comum, descontextualizada com os princípios da Educação do Campo.