O texto apresenta parte dos resultados de uma pesquisa sobre o trabalho docente na contemporaneidade, desenvolvida no âmbito da educação de surdos. Tem por finalidade discutir os desafios do trabalho docente no contexto da escolarização de surdos e apontar algumas implicações para a formação inicial de professores. Por meio de entrevistas realizadas com dezesseis professores que atuam em duas instituições públicas, buscou-se conhecer os principais desafios que estes enfrentam no cotidiano, os sentimentos diante do trabalho que realizam e as necessidades profissionais para a atuação nesse campo. Dentre os maiores desafios apontados, destacaram-se as dificuldades comunicativas e o ensino da Língua Portuguesa escrita, como segunda língua. Destacaram-se ainda a necessidade de formação continuada e a importância do trabalho coletivo para o enfrentamento desses desafios, bem como a de uma formação profissional comprometida com o efetivo acesso dessas crianças ao conhecimento socialmente produzido, garantindo-lhes uma vida com maior autonomia e dignidade.
Le texte présente une partie des résultats d’une recherche sur le travail des enseignants dans la contemporanéité, développée dans le domaine de l’éducation des sourds. Son objectif est de discuter les défis auxquels sont confrontés les enseignants travaillant avec des enfants sourds et de montrer quelques implications pour la formation initiale des enseignants. À partir des entretiens réalisés avec seize enseignants travaillant dans des établissements publics, l’objectif était de connaître les principaux défis que les enseignants rencontrent au quotidien, leurs sentiments à propos du travail qu’ils réalisent et les besoins professionnels pour intervenir dans le domaine de l’éducation des sourds. Parmi les défis signalés, ils ont mis l'accent sur les difficultés de communication et l’enseignement de la langue portugaise écrite comme seconde langue. Ils ont également souligné la nécessité de formation continue et l’importance du travail collectif pour faire face à ces défis, ainsi que de disposer d’une formation initiale qui permette l’accès des enfants aux contenus socialement produits, afin que ces enfants puissent mener une vie plus autonome et digne.