A psicopedagogia, enquanto campo interdisciplinar, apresenta-se como uma área de conhecimento voltada à compreensão e intervenção nos processos de aprendizagem, buscando superar obstáculos cognitivos, emocionais e sociais que interferem no desenvolvimento escolar. Este artigo tem como objetivo realizar uma revisão bibliográfica sobre os fundamentos psicopedagógicos, à luz de autores como Bossa (2000), Fagali (2008), Scoz (1992), Sisto et al. (1996), Visca (1987) e Weiss (1997), articulando-os com a realidade vivenciada em escolas públicas localizadas em contextos de alta vulnerabilidade social. A partir da experiência prática como funcionária pública da educação, identificam-se discrepâncias significativas entre os princípios teóricos da psicopedagogia e as condições concretas de atendimento no espaço escolar. Essas disparidades manifestam-se na escassez de recursos humanos e materiais, na sobrecarga de profissionais e na ausência de políticas públicas efetivas que integrem a atuação psicopedagógica à rotina escolar. O estudo evidencia que, embora a psicopedagogia defenda a centralidade do sujeito no processo de aprendizagem e a intervenção personalizada, a realidade socioeducacional impõe limites estruturais e institucionais que dificultam a plena aplicação desses fundamentos. A reflexão proposta busca contribuir para a construção de estratégias mais viáveis, que considerem as condições objetivas das escolas e promovam o diálogo entre teoria e prática, respeitando os princípios éticos da atuação psicopedagógica e a complexidade do contexto social em que as instituições estão inseridas.