A participação social no Brasil variou entre expansão e retrocessos, acompanhada por um adensamento da sociedade civil. No âmbito teórico, vários efeitos da prática participativa têm sido identificados, inclusive ressaltando a complexidade da sociedade civil do país, que abrange organizações de naturezas muito diversas. Este estudo, baseado em dados de grupos focais, se concentra nos padrões da dinâmica participativa do país, especialmente em sua dimensão formativa, buscando novas perspectivas analíticas e empíricas para entender a estrutura da sociedade civil contemporânea. O artigo visa a examinar como diferentes ativistas interpretam suas experiências de participação e o papel que a participação desempenha na formação e atuação desses indivíduos. Os dados demonstram que, para compreender os diferentes efeitos formativos da participação, é necessário atentar-se para a multiplicidade de organizações da sociedade civil, e, principalmente, para os padrões de engajamento existentes entre os ativistas.